No período pós-Concílio, tinha havido, de fato, um esquecimento para não dizer um desprezo completo, do latim nos meios católicos. O Santo Padre, na exortação Sacramentum caritatis (nº 62), diz o seguinte, falando das grandes celebrações:
“...Penso neste momento, em particular, nas celebrações que têm lugar durante encontros internacionais, cada vez mais freqüentes hoje, e que devem justamente ser valorizadas. A fim de exprimir melhor a unidade e a universalidade da Igreja, quero recomendar o que foi sugerido pelo Sínodo dos Bispos, em sintonia com as diretrizes do Concílio Vaticano II: excetuando as leituras, a homilia e a oração dos fiéis, é bom que tais celebrações sejam em língua latina; sejam igualmente recitadas em latim as orações mais conhecidas da tradição da Igreja e, eventualmente, entoadas algumas partes em canto gregoriano. A nível geral, peço que os futuros sacerdotes sejam preparados, desde o tempo do seminário, para compreender e celebrar a Santa Missa em latim, bem como para usar textos latinos e entoar o canto gregoriano; nem se transcure a possibilidade de formar os próprios fiéis para saberem, em latim, as orações mais comuns e cantarem, em gregoriano, determinadas partes da liturgia.”
Por que esse apelo sobre a importância do latim?
Pessoas eminentes nos respondem:
“A Língua Latina é a língua própria da Igreja Romana” (Papa São Pio X, Inter Pastoralis Officii, 22/11/1903). “O uso da Língua Latina é um claro e nobre indício de unidade e um eficaz antídoto contra todas as corruptelas da pura doutrina” (Papa Pio XII – Encíclica Mediator Dei). “Que o antigo uso da Língua Latina seja mantido, e onde houver caído quase em abandono, seja absolutamente restabelecido. – Ninguém por afã de novidade escreva contra o uso da Língua Latina nos sagrados ritos da Liturgia” (Papa Beato João XXIII – Veterum Sapientia). “O Latim exprime de maneira palmar e eficaz a unidade e a universalidade da Igreja” (Papa João Paulo I – Discurso ao Clero Romano, repetido agora pelo Papa Bento XVI).
Aliás, ao contrário do que muitos pensam, o Concílio Vaticano II não aboliu o latim da liturgia: “Seja conservado o uso da Língua Latina nos Ritos Latinos”. (Concílio Vaticano II – C. S.. Lit. n. 36). “Providencie-se que os fiéis possam juntamente rezar ou cantar em Língua Latina as partes do Ordinário que lhes competem” (Idem - Const. S. Lit. n. 54).
Dom Fernando Arêas Rifan, Bisbo Titular de Cedamusa
Administrador Apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
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